Saiba tudo sobre a Convidecia: A nova vacina contra a Covid

China, México, Chile, Hungria e Paquistão já aprovaram a vacina que garante imunização com apenas uma dose

A corrida global para conter o avanço da pandemia ganhou uma nova aliada de peso, a vacina Convidecia, desenvolvida pelo laboratório chinês CanSino Biologics em parceria com a Academia de Ciências Médicas Militares da China. O imunizante (Ad5-nCoV) é elaborado a partir de um vetor de adenovírus, e possui a vantagem de ser administrado em dose única, o que tem chamado a atenção da imprensa brasileira.

Mas será que a Convidecia é uma boa opção para ser utilizada no Brasil? Qual a tecnologia envolvida em sua confecção? Acompanhe a reportagem e saiba tudo sobre esse novo imunizante.

VETOR ADENOVIRAL

A vacina Convidecia utiliza uma tecnologia conhecida como vetor viral recombinante, ou seja, é feita a partir de um vírus já existente, no caso o adenovírus tipo 5 (causador de resfriado comum), modificado para ser inofensivo e incapaz de replicar-se no organismo. O adenovírus, então, é modificado geneticamente por meio da inserção de um fragmento de informação genética do próprio coronavírus.

Ao ser injetado no corpo, o imunizante instrui as células a produzirem a proteína spike (característica do coronavírus), a qual o sistema imunológico reconhece como invasora e passa a produzir anticorpos neutralizantes com capacidade para combater a “ameaça”.

Caso haja uma infecção por coronavírus no futuro, o sistema imunológico saberá agir prontamente, uma vez que já foi ensinado pelo imunizante a produzir os anticorpos que irão agir contra a Covid. É justamente o fragmento de informação gênica do coronavírus inserido no vetor viral que permite ao corpo enviar uma resposta “sob medida” e eficaz frente ao SARS-CoV-2.

Foto: Unsplash.

ESTUDOS INICIAIS DA CONVIDECIA

Após a fórmula ser aprovada em estudos clínicos in vitro e ter sua segurança e potencial imunogênico demonstrados no início de 2020, na China, o laboratório CanSino obteve permissão para seguir com a fase I dos ensaios, etapa da pesquisa em que o imunizante em desenvolvimento é testado pela primeira vez em humanos. O estudo com 108 voluntários adultos atestou a eficácia da fórmula Ad5-nCoV.

FASES II E III

O estudo da fase II analisou a resposta imunológica de 500 voluntários, cujo resultado foi animador: a vacina, mais uma vez, se mostrou segura e eficaz. Verificou-se a produção de anticorpos nos voluntários a partir do 14º dia após a aplicação da dose, alcançando o ponto máximo de proteção após 28 dias.

Países como Chile e Canadá também conduziram estudos em seus territórios, obtendo resultados semelhantes.

Com o sucesso da fase II, a pesquisa continuou para a terceira fase, a qual antecede a liberação de um imunizante junto às agências reguladoras de cada país. Na ocasião, os estudos foram ampliados para mais de 40 mil voluntários, distribuídos entre Rússia, Paquistão, México, Chile e Argentina.

EFICÁCIA DA CONVIDECIA

O resultado preliminar dos testes da fase 3 apontou que a Convidecia possui eficácia de 65,2% na prevenção da Covid, a partir de 28 dias após a imunização. Já nos casos graves, a vacina demonstrou 90% de eficácia.

O efeito de proteção alcançado com esta vacina de uma única dose é mais do que o suficiente, segundo os padrões da OMS para a obtenção do controle pandêmico, tendo em vista que a rapidez em imunizar a maior quantidade de pessoas possível é crucial para a redução do número de mortes e doentes em estado grave.

A maior parte das vacinas disponíveis atualmente necessita de duas doses para garantir sua efetividade, o que demanda mais logística, insumos, recursos e o precioso tempo, já que o intervalo entre as doses pode ser de 28 dias até 3 meses, de acordo com o imunizante aplicado.

A Convidecia se apresenta como uma solução estratégica para a realidade do Brasil com seus 200 milhões de habitantes, com potencial para acelerar o ritmo atual de vacinação, o qual está demasiado lento em relação a outros países.

Outra vantagem do Ad5-nCoV é a sua facilidade de armazenamento. Segundo o laboratório CanSino, o imunizante se mantém estável ao ser transportado e armazenado entre 2°C e 8°C, o que possibilita seu uso em regiões afastadas e/ou com pouca infraestrutura.

AUTORIZAÇÃO DE USO EMERGENCIAL DA CONVIDECIA

De posse dos resultados prévios dos testes da fase III, os países que integraram tais estudos iniciaram os pedidos de autorização de uso emergencial em suas respectivas agências sanitárias.

Em fevereiro de 2021, a Administração Médica Nacional de Produtos da China autorizou o uso da Convidecia em seu território. Em seguida, o Instituto Nacional Húngaro de Farmácia e Nutrição emitiu parecer favorável à liberação do imunizante, sendo a primeira aprovação da Convidecia em território europeu.

No México, o imunizante recebeu autorização emergencial de uso, referendada pela Comissão Federal de Proteção a Riscos Sanitários, no mês de março.

Por fim, a Autoridade Regulatória de Drogas do Paquistão acompanhou os outros países, e liberou o uso da vacina em seu sistema de saúde.

No Brasil, no momento que fizemos essa reportagem, espera-se que a aprovação para uso emergencial da Convidecia ocorra nos próximos dias.

O QUE VEM POR AÍ?

Recentemente, a Administração Médica Nacional de Produtos da China aprovou estudos clínicos com uma versão inalada de uma possível vacina contra a Covid-19, também desenvolvida pela CanSino Biologics. Se os resultados forem promissores, a vacina inalada promete revolucionar ainda mais o universo dos imunizantes.

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